O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (4) durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que os EUA assumirão o controle da Faixa de Gaza e reconstruirão a região.
“Os EUA tomarão o controle da Faixa de Gaza e serão responsáveis por desmantelar todas as bombas não detonadas e outras armas no local”, disse Trump, acrescentando que, após a limpeza do enclave palestino, atualmente controlado por terroristas do Hamas, os EUA impulsionarão o desenvolvimento econômico, criando um número de empregos “ilimitados” e moradias para a população da área. Trump disse que "todos com quem conversei adoram a ideia dos Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra."
Quando questionado pela CNN sobre "quem você imagina vivendo na Faixa de Gaza?", Trump respondeu que "imagina pessoas do mundo todo vivendo lá".
"Vamos fazer daquilo um lugar internacional inacreditável. O potencial de Gaza é inacreditável. Representantes de todo o mundo estarão lá", disse o presidente.
Segundo o republicano, os palestinos só querem viver em Gaza atualmente porque ainda não têm outra "opção".
Mais cedo, durante a reunião com Netanyahu, Trump defendeu a realocação definitiva dos palestinos de Gaza para outros países, afirmando que o local atualmente é um “inferno” e não deveria mais ser habitado.
“Minha esperança é que possamos fazer algo realmente bom, algo realmente positivo, para que eles não queiram voltar. Por que iriam querer voltar? Aquele lugar tem sido um inferno”, disse Trump em coletiva no Salão Oval.
O presidente dos EUA estimou que entre 1,7 milhão e 1,8 milhão de palestinos seriam reassentados.
“Eles seriam realocados para um lugar onde possam ter uma vida bonita”, acrescentou.
Trump criticou o governo anterior por não ter tomado medidas concretas na região, afirmando que a fraqueza de seu antecessor, Joe Biden, resultou em “danos graves” ao cenário global.
Apesar da rejeição de países como Jordânia, Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita à ideia de absorver refugiados palestinos, Trump disse estar confiante de que essas nações aceitarão os reassentados.
“Acredito que a Jordânia e o Egito aceitarão. Sei que eles dizem que não, mas eu digo que aceitarão”, declarou.
Durante a coletiva, Netanyahu exaltou Trump como “o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca” e destacou a decisão do presidente americano de liberar o envio de armamentos previamente bloqueados pelo governo Biden.
“Você liberou munições que haviam sido retidas de Israel”, afirmou o premiê israelense.
Netanyahu também reforçou que Israel pretende encerrar a guerra contra o Hamas com uma vitória decisiva.
“Terminaremos a guerra vencendo a guerra”, disse ele. “A vitória de Israel será a vitória da América”, acrescentou.
O encontro entre Trump e Netanyahu ocorreu em meio ao cessar-fogo em curso no conflito na Faixa de Gaza. O premiê de Israel foi o primeiro líder mundial, neste segundo mandato, a encontrar Trump na Casa Branca.