A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que a Coreia do Norte enviou soldados à Rússia para combater na guerra contra a Ucrânia. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, confirmou a informação, que marca a primeira declaração oficial sobre a participação de Pyongyang no conflito.
Rutte descreveu o envio das tropas como “uma escalada significativa da guerra ilegal da Rússia”. Ele afirmou que essas forças norte-coreanas estão na região de Kursk, no leste russo. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia mencionado o movimento dessas tropas com base em informações de inteligência do país.
Ainda conforme Zelensky, as tropas norte-coreanas devem ficar nas linhas de frente e participar ativamente do conflito. Ele destacou a necessidade de uma “reação firme e forte” por parte dos líderes globais em resposta à participação da Coreia do Norte no conflito.
A tensão na região aumentou, especialmente depois de a Coreia do Sul informar que sua vizinha enviou 1,5 mil soldados — número que subiu para 3 mil e que pode atingir entre 10 mil e 12 mil até dezembro. A inteligência militar da Ucrânia revelou que as primeiras unidades já estão na Rússia e em treinamento em cinco bases militares.
O envolvimento da Coreia do Norte elevou o nível de alerta entre a Coreia do Sul e países ocidentais. Os EUA, a Holanda e a Otan afirmaram ter evidências do envio das tropas, considerando o ato como uma escalada “muito séria”.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que o uso de tropas norte-coreanas é uma questão interna da Rússia e que o país tem o direito de garantir sua segurança. Além disso, parlamentares russos ratificaram um acordo com a Coreia do Norte para assistência militar mútua.