Os delegados dos Estados Unidos deixaram a sessão da Assembleia-Geral da ONU nesta quarta-feira, 25, durante o discurso de Yvan Gil Pinto, ministro das Relações Exteriores da Venezuela. Na diplomacia, esse gesto simboliza protesto e discordância. Durante sua fala, o chanceler venezuelano criticou várias vezes os EUA, acusando o país de praticar “imperialismo” contra nações da América Latina.
Gil responsabilizou os EUA pelas recentes instabilidades políticas em Honduras e Bolívia, onde pressões foram feitas para que os presidentes renunciassem. O ministro também declarou a vitória do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, acusado de fraude pela comunidade internacional na eleição presidencial de 28 de julho.
O ministro ainda criticou o uso das redes sociais para disseminar “discurso de ódio” que, segundo ele, enfraquece países periféricos.
Além dos EUA, ministro da Venezuela critica Israel
Além das críticas aos EUA, Gil abordou também o conflito na Faixa de Gaza e fez críticas a Israel pelos recentes bombardeios ao Líbano.
“O governo israelense comete o maior crime contra a humanidade desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, afirmou, sem mencionar as atrocidades de grupos terroristas que atuam no Oriente Médio, como o Hamas e o Hezbollah.
Ainda em seu discurso, o venezuelano reprovou o apoio dos EUA e da União Europeia a Israel, defendeu a solução de dois Estados e celebrou a participação da delegação palestina na ONU. Sobre a guerra na Ucrânia, o representante da Venezuela elogiou a ação da Rússia contra o que chamou de “aventura nazi” de Kiev e se posicionou contra a ofensiva ucraniana em território russo.
Gil lembrou que Moscou “sempre se sagrou vitoriosa” em conflitos dentro de seu território. Além disso, o chanceler criticou a aliança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), classificando-a como um mecanismo de países centrais para gerar instabilidades militares em outras regiões.