Nesta segunda-feira, dia 5 de agosto de 2024, Bangladesh viu-se imersa em uma nova crise política. Após permanência de 15 anos no poder, a primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou ao cargo, conforme confirmaram fontes militares. Os militares anunciaram ainda a formação de um governo interino enquanto a nação busca uma solução estável.
Simultaneamente, milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital, Daca, e invadiram a residência oficial da ex-premiê. As imagens, transmitidas ao vivo pela televisão local, mostraram uma multidão eufórica entrando na residência da primeira-ministra e acenando para as câmeras, simbolizando um momento de grande transição política no país.
Em um pronunciamento oficial, o chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, declarou que o governo interino permanecerá no poder até que uma solução duradoura para a situação política do país seja encontrada. A formação deste governo é uma tentativa de estabilizar Bangladesh, país que já enfrentou diversas crises em sua história recente.
Bangladesh, localizado no sudeste asiático, é uma nação densamente povoada e tem sido o cenário de intensos protestos nas últimas semanas. A principal causa das manifestações é o sistema de cotas do governo, que reserva um terço dos empregos públicos para familiares de veteranos da guerra de independência do país contra o Paquistão, ocorrida em 1971.
A política de cotas, que havia sido abolida em 2018, foi restabelecida em junho deste ano, gerando uma crescente onda de descontentamento. Em janeiro de 2024, manifestantes já haviam tomado as ruas contra Sheikh Hasina, após sua reeleição em um pleito marcado por acusações de fraude por parte da oposição.
Os protestos tornaram-se particularmente intensos nas últimas semanas, culminando com uma contagem trágica de 300 mortos entre estudantes e outros manifestantes. A renúncia de Hasina, portanto, foi em parte uma resposta às pressões intensas e um reconhecimento das demandas populares.
A capital, Daca, foi palco de comemorações massivas logo após a renúncia de Hasina. Em 5 de agosto de 2024, a população se reuniu nas ruas para celebrar a queda da premiê, um momento capturado em imagens poderosas por agências de notícias como a Reuters.
O clima na cidade, entretanto, permanece tenso. Apesar das comemorações, há incertezas sobre a eficácia e a duração do governo interino militar e sobre como será o futuro político de Bangladesh. As demandas por justiça e reforma profunda apontam para um período de intensa atividade política e social nos próximos meses.
À medida que Bangladesh navega por este período tumultuado, a comunidade internacional observa atentamente. As ações tomadas pelo governo interino serão cruciais para definir o futuro do país. Resta saber se as medidas adotadas proporcionarão a tão desejada paz e estabilidade, ou se novos desafios políticos surgirão no horizonte.
