O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, emitiu uma ordem de ataques diretos a Israel em retaliação ao assassinato de Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista Hamas morto em Teerã. A informação foi confirmada por três autoridades iranianas ao The New York Times.
Entre as fontes, que falaram sob condição de anonimato, há membros da Guarda Revolucionária do Irã. Eles disseram que a ordem foi dada na reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional na última quarta-feira, 31, logo depois da confirmação da morte de Haniyeh.
O líder do Hamas estava em Teerã para a posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, quando foi morto supostamente por Israel. Tanto o grupo terrorista como o governo iraniano culparam o governo israelense, que não confirma nem nega o envolvimento no ataque.
Agora, o regime iraniano considera uma nova rodada de ataques com mísseis e drones contra alvos militares, possivelmente, em coordenação com grupos aliados no Iêmen, na Síria e no Iraque, disseram as autoridades ouvidas pelo The New York Times. Ainda não está claro, no entanto, em que intensidade ou se o Irã vai calibrar a ofensiva para demonstrar força sem escalar o conflito, como fez da última vez.
Iran’s supreme leader Ayatollah Ali Khamenei has issued an order for Iran to “strike Israel directly” following the killing of Hamas’ political leader #IsmailHaniyeh in Tehran overnight, according to the New York Times. pic.twitter.com/3HHDUg3ZRJ
— Gheorghe Codrea ? (@gheorghe_codrea) July 31, 2024
Khamenei orientou o comando militar e a Guarda Revolucionária a prepararem planos de ataque e defesa para o caso de escalada do conflito no Oriente Médio ou ataque dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, segundo o NY Times. Publicamente, o líder supremo ameaçou “punição severa” depois da morte de Ismail Haniyeh em Teerã.
Assim como ele, o novo presidente, Masoud Pezeshkian, o ministro das Relações Exteriores, a Guarda Revolucionária e até a missão do Irã na ONU disseram abertamente que têm o direito de se defender e vão retaliar.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse que Israel “desferiu golpes devastadores” contra seus inimigos. Ele se referiu diretamente ao ataque que matou o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, apontado como responsável pela ofensiva que matou 12 crianças nas Colinas do Golã. Mas não mencionou Ismail Haniyeh.
“Acertamos nossas contas com Mohsen e acertaremos nossas contas com qualquer pessoa que nos faça mal”, declarou, referindo-se ao nome de guerra do comandante do Hezbollah. “Qualquer um que mate nossas crianças, qualquer um que assassine nossos cidadãos, qualquer um que faça mal a nosso país, sua cabeça tem um preço “
O Irã apoia o Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah no Líbano e outros grupos terroristas que integram o chamado “Eixo da Resistência”. Ao mesmo tempo em que busca evitar uma guerra direta com Israel, o regime iraniano aumenta a pressão com ataques dos seus aliados por procuração.
Em abril, Teerã lançou um ataque sem precedentes a Israel, usando mísseis e drones em resposta ao ataque matou comandantes iranianos no prédio consular em Damasco, Síria. A retaliação foi quase inteiramente interceptada, sem causar muitos estragos em solo israelense.