Aurora Superlano, mulher de Freddy Superlano, opositor preso pela ditadura de Nicolás Maduro, usou o perfil do marido nas redes sociais para relatar que não tem notícias do ex-deputado há mais de 24 horas. Superlano foi detido por autoridades do regime chavista na terça-feira 30.
O casal tem duas filhas. Assim como o marido, Aurora é ativista no partido Voluntad Popular, que tem apoiado a campanha da líder da oposição María Corina Machado e seu candidato, o ex-diplomata Edmundo González.
De acordo com o Voluntad Popular, fontes ligadas ao chavismo informaram à sigla que Superlano está sendo torturado na prisão. O objetivo das agressões seria fazer o ex-deputado admitir que a oposição tem um “plano traçado” para “tomar” o país, assim dando força à narrativa do regime.
O partido solicitou ajuda ao escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
A prisão de Superlano ocorre em meio ao cerco à oposição na Venezuela. Também na terça-feira, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, pediu a prisão de María Corina Machado e do ex-diplomata Edmundo González, substituto da oposicionista, por suposta tentativa de golpe de Estado e por interpelarem o resultado da eleição.
“O Ministério Público tem de atuar não somente contra os delinquentes que estão nas ruas, mas também deve mirar os chefes, que têm de ir presos”, disse, durante uma sessão no Parlamento. “E, quando digo chefes, refiro-me a María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, porque ele é chefe da conspiração fascista que querem impor na Venezuela.”
Ainda conforme Rodríguez, “com o fascismo não se pode ter contemplações, com o fascismo não se dialoga”. “Ao fascismo não se dão benefícios processuais”, disse. “O fascismo não se perdoa, quando se perdoa quase acaba com o planeta, quase acaba com a humanidade.”
A ditadura chavista também abriu uma investigação contra María Corina por “fraude eleitoral”. De acordo com Tarek Saab, María Corina tentou “adulterar as atas” da disputa pela Presidência. Saab associou ainda a ex-deputada a um suposto ataque hacker aos sistemas do Conselho Nacional Eleitoral.