A ditadura da Nicarágua ordenou o fechamento de uma tradicional emissora de rádio católica e de outras 12 ONGs que operavam sem fins lucrativos no país.
A Rádio María, que atuava havia 40 anos, sofreu a anulação do seu estatuto jurídico. A medida contou com a aprovação da ministra do Interior, María Amelia Coronel, segundo acordos que constam no Diário Oficial La Gaceta.
Para justificar a medida, o ministério afirmou que a rádio não apresentou suas demonstrações financeiras entre 2019 e 2023. A decisão veio depois que a emissora anunciou a redução de seu horário de programação, de 24 para 14 horas diárias. Essa mudança ocorreu devido ao bloqueio de suas contas bancárias, que impediu o recebimento de doações.
Além da Rádio María, outras 12 associações tiveram suas operações canceladas pelo Ministério do Interior. Com isso, o total de ONGs banidas nos últimos seis anos é de 3,6 mil. O Estado também confiscou a maior parte dos bens dessas entidades.
O regime de Ortega intensificou a perseguição à Igreja Católica na Nicarágua. A ditadura foi responsável pela expulsão e prisão de padres, bem como pela proibição de atividades religiosas.
A ONG internacional Missão Portas Abertas, que monitora casos de perseguição religiosa contra cristãos no mundo há mais de 30 anos, divulgou que Ortega cancelou a cidadania de diversos líderes religiosos. Muitos deles foram forçados ao exílio. Além disso, celebrações cristãs em espaços público foram proibidas em todo o território nicaraguense.