Nos últimos anos, a instabilidade no Oriente Médio, especialmente no Mar Vermelho, tem servido como um campo de testes para a tecnologia, táticas e políticas militares ocidentais. Drones como o MQ-9 Reaper têm desempenhado um papel crucial em missões de reconhecimento de longo alcance para proteger contra ataques terroristas em embarcações e outras operações. No entanto, o custo elevado do Reaper, estimado em US$ 30 milhões por unidade, juntamente com sua vulnerabilidade ao fogo inimigo, levou a uma série de perdas financeiras significativas.
O Reaper foi inicialmente projetado como uma aeronave de ataque terrestre e, posteriormente, adaptado para missões de reconhecimento. Essa modificação, embora eficaz, resultou em um uso subótimo dos recursos, uma vez que apenas cerca de 1% das missões envolviam combates reais. Essa taxa de combate extremamente baixa colocou uma estrutura aérea cara em risco frequente, destacando a necessidade urgente de uma alternativa mais econômica e menos vulnerável.
É nesse contexto que a DZYNE Technologies Incorporated entrou em cena. Em parceria com o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) e o Centro de Inovação Rápida (CRI), a empresa desenvolveu o ULTRA. Em entrevista à Defense One, Matt McCue, CEO da DZYNE, explicou que o desafio era criar um novo drone que fosse barato, menos suscetível a ataques e que pudesse ser rapidamente colocado em operação.
O resultado foi o ULTRA, derivado de um modelo de aeronave esportiva existente e convertido em um veículo aéreo não tripulado militarmente robusto utilizando tecnologia UAS comercial. Embora o ULTRA não seja tão avançado quanto o Reaper, ele é significativamente mais barato e possui uma autonomia de 80 horas, com uma capacidade de carga útil de mais de 180 kg.
Além disso, o ULTRA é equipado com um sistema GPS reforçado e pode carregar uma variedade reconfigurável de sensores eletro-ópticos/infravermelhos (EO/IR), frequência de rádio (RF) e outros dispositivos de coleta de inteligência de baixo custo. Esses sensores são mais baratos do que os usados no Reaper, pois o ULTRA opera em altitudes mais baixas, permitindo o uso de sensores comerciais padrão.
Segundo a Força Aérea, esse drone de baixo custo permite a implantação de um maior número de unidades para cobrir áreas remotas mais extensas. O ULTRA pode realizar missões longe de campos de aviação disponíveis, utilizando sistemas de comando por satélite “apontar e clicar”.
As imagens divulgadas mostram o ULTRA em ação, embora o local exato de sua implantação não tenha sido revelado. O Pentágono, compreensivelmente, mantém alguns segredos operacionais.
Imagens: New Atlas