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Usuários criam " fábrica de cartazes " para mendigar em São José

Usuários de drogas e criminosos criaram uma ?fábrica de cartazes? em uma casa abandonada na região norte de São José dos Campos

Publicada em 17/07/2024 às 16:13h - 25 visualizações

por O Vale


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Usuários de drogas e criminosos criaram uma ‘fábrica de cartazes’ em uma casa abandonada na região norte de São José dos Campos para explorar a mendicância e conseguir dinheiro para comprar entorpecentes. O local era ponto de tráfico.

O imóvel foi descoberto e demolido pela Prefeitura de São José dos Campos, que aposta na demolição de imóveis abandonados e utilizados para o tráfico de drogas como forma de combater o crime na cidade.

Segundo o prefeito Anderson farias (PSD), a ‘fábrica de cartazes’ funcionava em uma casa abandonada na avenida Rui Barbosa, na região norte. O imóvel abrigava 56 pessoas, das quais 16 foram presas e 14 já tinham sido presas.

Havia na casa mais de 200 cartazes fabricados pelos ocupantes, com frases como: ‘estou passando fome’, ‘me ajuda’, ‘precisando de emprego’, todos utilizados para mendigar nas ruas da cidade.

Segundo o prefeito, todos os ocupantes da casa eram usuários de drogas e a ‘fábrica de cartazes’ servia “para explorar a mendicância, com certeza”.

“Fizemos a demolição, a retirada e acolhimento para todos. 95% não quiseram o acolhimento. Então isso também é um processo que tira desse ambiente e põe na rua, mas na rua também a gente continua com a nossa acolhimento”, disse Anderson.

Cracolândias.

A demolição de casas abandonadas e ocupadas pelo tráfico é uma das estratégias da Prefeitura de São José para evitar o surgimento de ‘cracolândias’ na cidade.

“A gente identificou essa casa [na Rui Barbosa] que tinha muita movimentação e a casa já não tinha mais proprietário, não tinha herdeiro, já tinha dívida com o município. Então há toda uma investigação”, disse Anderson.

“A Polícia Civil também faz a investigação da questão do que entra e sai, de quem são as pessoas e aí na justiça a gente consegue [a demolição], se expede lá um mandado para que possa fazer e adentrar no imóvel”, completou.

Na Vila Maria, segundo Anderson, a prefeitura identificou um comércio abandonado, numa antiga padaria, com mais de 40 pessoas usando drogas.

“E aí você tem nesse meio as pessoas que são dependentes, os que se aproveitam para vender, que são os traficantes, e os que se aproveitam para cometer crimes, ou seja, para furto, roubo, às vezes na rua. Aí intimida o cidadão comum que está ali transitando, está chegando do seu trabalho ou está indo estudar, indo para a faculdade, ou saindo de madrugada, para ir para escola.”

População de rua.

Além do combate aos imóveis abandonados, Anderson disse que o enfrentamento às drogas passa pelo atendimento da população em situação de rua, que acaba virando “cliente” de traficantes e aumentando a sensação de insegurança nas ruas.

“Essa situação de moradores em situação de rua que são dependentes é um problema de saúde pública”, disse o prefeito, que é favorável à internação compulsória para tratamento de dependentes químicos.

“Hoje nós temos outro problema. Um fenômeno que vem acontecendo no mundo, no Brasil e em São José não é diferente, que são as pessoas em situação de rua, as pessoas que querem estar em situação de rua. São dependentes químicos na sua grande maioria, de álcool ou droga. A droga hoje está muito mais forte e os deixa mais agressivos”, afirmou.

“Essa situação de moradores em situação de rua que são dependentes é um problema de saúde pública. Esse tratamento o país não autoriza, a nossa legislação não autoriza uma internação compulsória. Nós temos mães que pedem para internar filhos. Você não pode levar e não pode pôr a mão, a não ser que ele queira. Então tem uma política que a gente precisa rediscutir essa situação.”

Internação compulsória.

Anderson disse ser favorável à internação compulsória de dependentes químicos para o tratamento dos vícios, o que a legislação não permite atualmente.

“Eu sou favorável à internação [compulsória]. Se a gente pegar o histórico, vamos pegar desde o Frei Hans, aqui próximo de nós, com os resultados que teve, e são positivos, de fato consegue se recuperar. Mas também temos aqui as nossas clínicas, que contratamos. Tudo isso tem uma força de vontade da própria pessoa", disse.

"Nós temos um apoio quando a gente tem essa oportunidade de levar uma pessoa pra internação, a nossa equipe social faz contato com a família, tenta reconectar, reconstrói os laços familiares. Tem o psicólogo, a assistente social, a equipe médica para atender, qualificação de mão de obra para a gente poder reinserir no mercado de trabalho, para devolver a dignidade”, completou o prefeito de São José.










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