O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados do Brasil, como parte de um pacote mais amplo de medidas protecionistas. A taxação faz parte da nova tabela de tarifas divulgada pela Casa Branca e representa o mais recente movimento da política econômica batizada por Trump de “Dia da Libertação”.
Segundo o republicano, a tarifa de 10% é apenas uma base, podendo haver elevações conforme o país de origem. A medida foi apresentada durante cerimônia no jardim da Casa Branca, na qual Trump declarou ser “um dia histórico para a América”, afirmando que as novas tarifas fortalecerão a indústria e o mercado de trabalho nos EUA.
A ação inclui ainda uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis importados da Europa e da Ásia, com aplicação já a partir da meia-noite desta quinta-feira (3). A política tarifária adotada por Trump tem como pilar o princípio da reciprocidade: países que impõem barreiras comerciais aos EUA enfrentarão tarifas equivalentes.
A decisão norte-americana gerou forte preocupação no setor industrial brasileiro, especialmente entre os produtores de aço, alumínio e etanol — segmentos já afetados por medidas anteriores. O etanol brasileiro, por exemplo, é taxado em 2,5% nos EUA, enquanto o Brasil impõe 18% sobre o produto americano, desequilíbrio citado por Trump como exemplo de “comércio injusto”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu criticando a medida e anunciou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC). Caso a contestação formal não surta efeito, o governo avalia retaliar com tarifas sobre produtos norte-americanos.
“Essa decisão não contribui para o equilíbrio das relações comerciais internacionais”, disse Lula em nota. “Vamos acionar os canais diplomáticos e jurídicos disponíveis para garantir que os interesses do Brasil sejam respeitados.”
No Congresso, a reação foi imediata. O Senado aprovou nesta terça-feira (1º) o Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a impor barreiras equivalentes às adotadas por outros países. O texto, que teve tramitação acelerada após o anúncio das tarifas, segue agora para análise na Câmara dos Deputados.
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