A Petrobras anunciou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, em comparação com um lucro de R$ 31 bilhões no mesmo período de 2023. O resultado negativo, segundo a empresa, foi impactado por fatores contábeis relacionados à variação cambial.
Com isso, o lucro líquido da estatal caiu 70,6% no acumulado de 2024, somando R$ 36,6 bilhões – uma queda expressiva em relação aos R$ 124,6 bilhões registrados em 2023, que havia sido o segundo melhor desempenho da história da companhia.
Apesar da queda no lucro, a Petrobras manteve um forte fluxo de caixa operacional, registrando R$ 204 bilhões (US$ 38 bilhões) ao longo de 2024.
Segundo a empresa, os impactos contábeis que afetaram o resultado não comprometem o caixa da companhia.
Em nota, o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, explicou que a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior teve um peso significativo no resultado.
“São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, afirmou Melgarejo.
Se esses efeitos fossem desconsiderados, a Petrobras teria registrado um lucro líquido ajustado de R$ 17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões) no quarto trimestre, e um resultado anual ajustado de R$ 103 bilhões (US$ 19,4 bilhões).
Mesmo com a queda nos lucros, o conselho da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos, sujeito à confirmação na Assembleia Geral Ordinária.
Ao longo do ano, a Petrobras já havia antecipado parte dos proventos, e a remuneração total aos acionistas referente ao exercício de 2024 deverá atingir R$ 75,8 bilhões.
O pagamento reforça o compromisso da estatal com a distribuição de lucros, apesar da queda no resultado líquido.
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