Deltan Dallagnol fez a seguinte publicação que merece atenção:

O jornalista Felipe Moura Brasil fez uma observação afiadíssima hoje no Antagonista. O homem da foto acima é o advogado criminalista Rodrigo Mudrovitsch, atualmente juiz e vice-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Rodrigo Mudrovitsch também é advogado do ministro do STF, Gilmar Mendes. Foi ele quem apresentou a representação contra Sergio Moro na PGR, resultando em uma denúncia por calúnia contra Moro, devido a uma piada de festa junina. Rodrigo Mudrovitsch é o mesmo advogado que pediu a Gilmar Mendes — seu cliente, orientador de mestrado e padrinho político, segundo uma reportagem de Bastidor Oficial –   a suspensão da operação da Polícia Federal contra a FGV por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Neste sábado (8/2), o ministro Alexandre de Moraes determinou a liberação dos perfis e redes sociais de ao menos quatro censurados: Monark, Leo Índio, Lucivânia Barbosa (presa do 08/01) e Flavia Magalhães. Para quem bloqueia contas inteiras de brasileiros desde 2019 sem remorso, os recuos de ontem são notáveis. Será que o aviso veio da Corte Interamericana de Direitos Humanos para os ministros do STF? Afinal, na próxima semana, a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos virá fiscalizar os abusos de Moraes, e eles não estão para brincadeira.

Será que alguém soprou para os ministros do STF que a situação é séria e que seria bom aliviar na truculência contra alguns censurados para que o cenário no Brasil não pareça tão grave durante a visita? Uma fonte segura e próxima me informou que o governo Trump, ao tomar posse, deu um recado claro e direto à CIDH: ou vocês investigam e punem os casos de censura e violação à liberdade de expressão no continente americano, ou cortaremos o financiamento de vocês. Exatamente como Trump e Elon Musk estão fazendo agora com a USAID, desmantelando a agência, retirando bilhões de dólares do orçamento, demitindo funcionários e desmontando peça por peça da estrutura corrompida e distorcida pelo progressismo e identitarismo woke que existia na instituição.

Boa parte do orçamento da CIDH vem dos EUA. Em 2023, o governo americano destinou US$ 7,3 milhões à CIDH por meio de um fundo. Não é à toa que a visita ao Brasil esteja ocorrendo apenas agora. Seja como for, não estamos acostumados a ver recuos do ministro Moraes como os de hoje, muito menos em massa, sendo possível que ele tenha liberado outras contas e perfis cuja situação ainda não tenha sido comunicada à imprensa. Mas que há gente preocupada e com medo em Brasília, isso parece cada vez mais provável.