O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou neste sábado (1º.fev.2025) que a anistia aos condenados pelos atos extremistas do 8 de Janeiro não será uma pauta prioritária na Casa. Em entrevista à GloboNews, ele declarou que “não vai permitir que temas político-eleitorais e ideológicos contaminem o debate do Parlamento brasileiro”.

“Se nós continuarmos trazendo à tona assuntos que trazem a discórdia em vez da concórdia, nós vamos passar nos corredores do Senado Federal e ver senadores de diferentes partidos agredindo uns aos outros. […] Nós não precisamos debater os extremos”, disse o congressista.

Alcolumbre também negou que tenha tratado da questão em conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), logo após sua eleição. Segundo ele, o diálogo foi focado na pacificação política e não houve imposição de pautas por parte do PL ou do governo Lula.

Definindo-se como um político de centro, Alcolumbre destacou que pretende atuar como moderador entre os Poderes. “Quero ser um elo de ligação para que não haja mais crises institucionais. Quando um poder acha que é maior que o outro, criamos instabilidade”, afirmou.

O senador também reforçou que sua gestão será voltada ao fortalecimento do Legislativo. “Eu vou respeitar todas as prerrogativas dos outros Poderes, desde que elas não interfiram nas minhas. Fico com as minhas prerrogativas e os outros Poderes ficam com as suas”, declarou.

Alcolumbre foi eleito para comandar o Senado até fevereiro de 2027 com 73 dos 81 votos. Ele retorna ao cargo após tê-lo ocupado entre 2019 e 2021, substituindo Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que exerceu dois mandatos consecutivos.

Sem adversários de peso, Alcolumbre venceu com facilidade, superando os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), que somaram apenas 8 votos. Outros dois parlamentares, Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), chegaram a discursar na tribuna, mas desistiram da disputa antes da votação.