Na última semana, o empresário Rubens Ometto, presidente do Grupo Cosan, viralizou ao externar o que pensa a respeito do momento do país. Ao participar de um evento promovido pela Esfera Brasil, o executivo se dirigiu ao economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Banco Central a partir do ano que vem, e disse, sem fazer rodeios: “Estamos ferrados”.
Ometto, no entanto, contribuiu financeiramente com candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) nas últimas eleições. Somente no pleito deste ano, ele destinou R$ 1,1 milhão para petistas.
Conforme registros do Tribunal Superior Eleitoral compilados por Oeste, o empresário contribuiu com candidaturas de 21 políticos filiados ao PT. A maior quantia foi destinada à campanha de Eliana Honain à Prefeitura de Araraquara (SP), que recebeu R$ 200 mil.
Eliana, contudo, não foi eleita. Perdeu a disputa para Dr. Lapena (PL). Ela foi a aposta para manter o PT no comando da cidade do interior paulista, que no decorrer dos últimos oito anos está sob comando de Edinho Silva. Ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República, ele é tido como favorito para assumir a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores — e conta desde já com o aval de Lula para isso.
Edinho Silva: prefeito de Araraquara e possivelmente o futuro presidente nacional do petismo | Foto: Divulgação/PT
Além disso, na campanha eleitoral deste ano, Ometto doou para candidatos a prefeito do PT em outras oito cidades do Estado de São Paulo: Américo Brasiliense, Birigui, Embu das Artes, Jaú, São Carlos, Sertãozinho, Sumaré e Tatuí. Nenhum deles foi eleito. Os valores doados foram de R$ 50 mil para cada um — menos para Newton Lima, de São Carlos, que recebeu R$ 100 mil.
Por fim, o executivo doou o total de R$ 460 mil a candidatos petistas que tentaram se eleger vereadores. Ao todo, 12 petistas entraram nesse condição.
Petistas não foram, entretanto, os únicos incentivados financeiramente por Rubens Ometto nas eleições municipais deste ano. O presidente da Cosan também fez doações para candidatos de outros partidos, assim como para diretórios de diferentes legendas. O empresário foi responsável por destinar mais de R$ 19 milhões em doações. Dessa forma, fechou o pleito como o maior financiador eleitoral.
