A Rússia forneceu sistemas de mísseis antiaéreos para a Coreia do Norte em troca de apoio militar, especificamente o envio de milhares de soldados norte-coreanos para ajudar na guerra contra a Ucrânia. A informação é do diretor de segurança nacional da Coreia do Sul, Shin Won-sik, dita nesta sexta-feira, 22.
Analistas afirmam que Kim Jong-un busca tecnologia avançada, como satélites de vigilância e submarinos, para fortalecer suas Forças Armadas. Esse movimento ocorre depois de um tratado estratégico assinado em junho entre o líder norte-coreano e Vladimir Putin, que prevê assistência militar imediata em situações de ataque.
A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, visitou Moscou e reafirmou o compromisso de seu país em apoiar a Rússia “até o dia da vitória”, conforme declarações oficiais. Durante a visita, os líderes discutiram a ampliação da cooperação militar entre Pyongyang e Moscou.
Kim Jong-un ainda criticou os Estados Unidos por aumentarem as tensões na península coreana, conforme relatado pela agência estatal norte-coreana KCNA. Ele afirmou que as negociações com Washington “apenas evidenciam uma política agressiva e hostil” dos EUA.
Reações internacionais e mudanças na política da Coreia do Sul
O aprofundamento da cooperação militar entre Coreia do Norte e Rússia gerou críticas internacionais e levou a Coreia do Sul a reconsiderar sua relutância em enviar armas à Ucrânia. Seul começou a avaliar mudanças em sua política depois do envio de tropas norte-coreanas para auxiliar a Rússia.
Tanto a Coreia do Norte quanto a Rússia enfrentam sanções da ONU em razão do programa nuclear de Pyongyang. Outro fator considerado foi a ofensiva militar de Moscou na Ucrânia. Durante uma exposição militar em Pyongyang, Kim Jong-un alertou sobre o risco sem precedentes de uma guerra nuclear na península coreana.