Segundo publicação da Revista Veja, a empresa Play9 Produções, do influenciador digital Felipe Neto, foi beneficiada com R$ 14 milhões em isenções fiscais ao longo de 2024, segundo dados divulgados pelo Ministério da Fazenda. O montante refere-se ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O Perse foi instituído pela Lei nº 14.148/2021 para socorrer empresas de setores duramente afetados pela pandemia, como eventos e turismo, com a redução de alíquotas de impostos como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. No entanto, a inclusão de empresas como a Play9, que opera predominantemente em plataformas digitais, gerou questionamentos sobre o critério de aplicação do programa.
A Play9, cujo trabalho é focado na produção de conteúdo digital, não depende de eventos presenciais, o que levantou críticas de internautas e analistas. Apesar disso, Felipe Neto e outros artistas foram contemplados com valores significativos.
Entre outros nomes destacados estão Ludmilla (R$ 5,7 milhões), Pabllo Vittar (R$ 724 mil) e Bruno Gagliasso (R$ 901 mil em duas empresas, além de R$ 252 mil para uma pousada em Fernando de Noronha).
Embora o Perse tenha sido criado com o objetivo de reaquecer setores presenciais, como shows e congressos, o benefício para influenciadores digitais e empresas que operam online expõe uma brecha nas diretrizes do programa. Para críticos, a aplicação amplia o alcance do Perse, mas pode desviar recursos de empresas mais diretamente impactadas pela pandemia.
O caso reacende o debate sobre o uso de recursos públicos em programas emergenciais e sua real efetividade para os setores mais vulneráveis.