O senador republicano Marco Rubio, que deverá ser indicado por Donald Trump para a Secretaria de Estado dos Estados Unidos, já criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Rubio afirmou que o bloqueio da rede social Twitter/X, do empresário Elon Musk, foi uma “manobra para minar as liberdades básicas” no Brasil.
“Há algum tempo, ouço falar da campanha de censura governamental em andamento no Brasil”, afirmou Rubio, em comunicado divulgado em 4 de setembro. “A recente decisão de banir X é a mais recente manobra do juiz Alexandre de Moraes para minar as liberdades básicas. Desde multar indivíduos e entidades privadas que buscam informações sobre X até impor censura legal, o povo brasileiro está enfrentando sérias repressões por simplesmente se envolver em uma plataforma de mídia social. Em nome das liberdades básicas e do nosso relacionamento bilateral, o Brasil deve retificar esse movimento autoritário.”
A Secretaria de Estado, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores no Brasil, representa uma das funções mais influentes e poderosas em Washington. Entre suas atribuições, estão negociar com representantes estrangeiros e orientar embaixadas e consulados dos EUA no exterior.
Além disso, o secretário de Estado atua como principal conselheiro do presidente na definição da política externa e, nas últimas décadas, assumiu a responsabilidade de dirigir, coordenar e supervisionar atividades interdepartamentais do governo dos EUA fora do país.
Essa não é a primeira vez que Moraes é criticado por um parlamentar norte-americano. Em maio deste ano, a representante republicana María Elvira Salazar exibiu a foto do ministro do STF durante uma sessão no Congresso Nacional dos Estados Unidos.
“Não sabemos se o ministro é um socialista, ou se ele é um tolo, ou se ele é um tolo útil para os socialistas”, disse María Elvira. “Mas sabemos que ele está cerceando um dos direitos fundamentais de uma democracia que é a liberdade de expressão.”
Trump cogitou Rubio para vice-presidente
De origem cubana, Marco Rubio foi cogitado para ser o vice-presidente na chapa de Trump, mas perdeu a disputa interna para o também senador J.D. Vance. Agora, Rubio se prepara para assumir a chefia da diplomacia norte-americana.
O contexto é delicado, com os Estados Unidos envolvidos em dois conflitos internacionais. O país apoia Israel no Oriente Médio e oferece assistência à Ucrânia na guerra contra a Rússia. Trump, que prometeu encerrar rapidamente esses conflitos, terá em Rubio um aliado estratégico para lidar com esses desafios.
Rubio, de 53 anos, ocupa uma cadeira no Senado desde 2010. Ele é conhecido por suas posições firmes contra dois dos maiores adversários dos EUA, o Irã e a China. Como neto de exilados cubanos, Rubio se opõe veementemente a qualquer tipo de normalização das relações com Cuba. Ele também critica frequentemente o regime do ditador Nicolás Maduro na Venezuela.