Um trecho de uma entrevista do vice-presidente eleito dos Estados Unidos, JD Vance, voltou a circular depois da confirmação do retorno de Donald Trump à liderança do país.
Em setembro, Vance afirmou ao produtor-executivo e influenciador Shawn Ryan que, caso fossem eleitos, os republicanos iriam punir os funcionários do governo que apoiaram medidas de censura.
Isto pode incluir os incidentes ocorridos no Brasil, visto que o Congresso norte-americano tem se movimentado para pressionar o Poder Judiciário brasileiro sobre liberdade de expressão e possíveis violações aos direitos humanos. Parlamentares do Estados Unidos também sugeriram o cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A declaração foi feita depois de Shawn Ryan interpelar o então candidato à Vice-Presidência se ele tinha ciência da ofensiva de autoridades brasileiras contra o Twitter/X e a Starlink, ambas de Elon Musk, um dos principais aliados de Trump durante o período de campanha. Ele também perguntou se a gestão do republicano iria responder à censura de forma enérgica.
“Sim, nós vamos demitir todos aqueles [do governo] que apoiaram medidas de censura”, afirmou Vance. “Vamos demitir todos aqueles que disseram a Mark Zuckerberg e outras plataformas de tecnologia que deveriam censurar cidadãos. Também vamos demitir os 50 agentes de inteligência que disseram que o incidente com o laptop de Hunter Biden era uma ‘conspiração russa'”.
Para Vance, os funcionários governistas que se posicionaram a favor da censura não podem usar seus cargos públicos para mentir para a nação e agir com finalidades partidárias.
Moraes afirma que eleição de Trump não vai afetar sua atuação no STF
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos não influenciará sua atuação no Supremo Tribunal Federal.
Moraes garantiu que a vitória de Trump não alterará sua postura em investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o empresário Elon Musk, ambos críticos do magistrado e aliados do 47º presidente dos Estados Unidos, que vai assumir o cargo em janeiro de 2025.
Aliados de Bolsonaro, entretanto, acreditam que a ascensão de Trump pode levar o Judiciário brasileiro a rever a inelegibilidade de Bolsonaro. Eles consideram que há um temor de prejudicar as relações com a administração Trump.