Em meio à escalada do conflito no leste europeu, o ministro da Defesa dos Países Baixos, Ruben Brekelmans, anunciou um investimento de 400 milhões de euros (aproximadamente 440 milhões de dólares) para a criação de uma frota de drones em colaboração com a Ucrânia. A iniciativa, que incluirá tanto drones de reconhecimento quanto de ataque, foi revelada durante uma visita surpresa de Brekelmans a Kiev e Kharkiv no dia 6 de outubro de 2024, quando o ministro ressaltou a importância de fortalecer as capacidades ucranianas para resistir à agressão russa.
“A Holanda está ao lado da Ucrânia, e continuaremos contribuindo para sua defesa,” afirmou Brekelmans, destacando que metade dos drones será desenvolvida em solo holandês. Com foco em aproveitar o conhecimento técnico dos Países Baixos e a experiência de combate da Ucrânia, o plano prevê que essas aeronaves não tripuladas atuem diretamente nas operações ucranianas, tanto para proteger o território quanto para atacar forças inimigas.
Além dos drones, a Holanda já entregou o primeiro lote de 24 caças F-16, um avanço significativo na cooperação militar entre os dois países. Estes caças são parte de um compromisso de apoio contínuo, com mais jatos planejados para os próximos meses, reforçando a defesa aérea da Ucrânia.
Segundo o governo holandês, o envio dos F-16 não terá restrições de uso quanto ao território russo, permitindo que a Ucrânia utilize essas aeronaves conforme as necessidades estratégicas, desde que respeitem o direito internacional humanitário. Em agosto, o general da Força Aérea Holandesa, Onno Eichelsheim, enfatizou que esses caças são cruciais para que a Ucrânia possa responder com autonomia aos avanços russos.
O apoio militar da Holanda faz parte de um amplo pacote de assistência no valor de 3,76 bilhões de euros, englobando também sistemas de defesa aérea, obuseiros e munições. Durante a visita, Brekelmans se reuniu com Rustem Umerov, ministro da Defesa ucraniano, que expressou profundo agradecimento à Holanda pela aliança sólida e pelo compromisso com a resistência do país. “A solidariedade europeia é vital para nossa luta e resiliência”, declarou Umerov, reforçando a necessidade de continuar recebendo ajuda militar para manter a segurança e soberania da Ucrânia.
Enquanto a guerra entra em seu terceiro ano, a presença e o apoio contínuos dos aliados da OTAN mostram-se fundamentais para a Ucrânia, que luta não apenas pela integridade territorial, mas também para repelir uma das maiores invasões militares da região em décadas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, tem apelado consistentemente por um aumento no suporte militar e pela flexibilização de restrições sobre o uso de armamentos de longo alcance.
Com o conflito ainda sem um desfecho claro, o reforço militar da Holanda e de outros parceiros europeus continua a ser uma peça crucial na complexa batalha que se desenrola no leste europeu.