Na tarde da última terça-feira (08/09) trouxe um alívio para Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que enfrentou falsas acusações relacionadas aos atos de 8 de janeiro. A juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara do Distrito Federal, decidiu suspender o processo administrativo disciplinar movido pela Corregedoria da Polícia Federal contra Anderson Torres, argumentando que o procedimento foi marcado por falta de imparcialidade da PF.
A decisão da magistrada coloca em questão o modo como as investigações foram conduzidas. Torres, que ocupa o cargo de delegado há duas décadas, estava sob risco de destituição de seu posto. “Sem adentrar ao mérito da culpabilidade do investigado, constata-se que se privilegiou o depoimento do delegado-geral da PF, que havia representado pela prisão do autor pelos mesmos fatos, em detrimento de diversos outros depoimentos favoráveis ao investigado, que foram quase completamente ignorados, o que acrescenta mais suspeitas sobre toda a comissão”, apontou a juíza em sua decisão.
Segundo Luciana de Moura, a comissão responsável pelo caso teria ignorado não apenas testemunhos, mas também provas cruciais para a defesa de Torres. Entre as evidências citadas está o relatório do então interventor federal, Ricardo Cappelli, que concluiu pela ausência de omissão do órgão de gestão durante os eventos em Brasília.
A defesa de Torres, em seu pedido, questionou a parcialidade do delegado Clyton Eustáquio Xaviar, presidente do processo, e a juíza acatou a suspensão, reforçando que a imparcialidade deve ser preservada em qualquer investigação.