Ninguém conseguiu até agora descobrir alguma coisa positiva, uma só, que o presidente Lula e sua equipe de trinta e tantos ministros (mais a invenção das “Autoridades”) tenham feito desde que foram para o governo, 21 meses atrás. Nem eles mesmos – quando se sentem obrigados a fazer alguma avaliação sobre a sua performance até agora, falam em “controle da inflação”, que é obra do seu satanás-chefe no Banco Central, e queda no desemprego, com a qual a sua atuação não tem a nada a ver. Mas em matéria do que chamam de “política externa” vêm cumprindo à risca o seu propósito de transformar o Brasil em mais um agente “anti-imperialista”.
Em sua última realização, a nossa diplomacia “ativa e altiva” juntou-se de novo ao miserável bando de ditaduras subdesenvolvidas que são hoje o seus países modelo. Num desses rompantes de ressentimento impotente, tão típicos de torcida que perde, a delegação brasileira na ONU foi atrás de uma aglomeração de regimes fracassados que se retirou da sessão em que iria falar o primeiro-ministro de Israel.
Lula, na contramão das realidades, continua sua guerra pessoal. Está do lado moralmente errado. Está, também, do lado que vai perder
Para o ministro de fato do Exterior, Celso Amorim, e para o presidente que cumpre as suas instruções, Israel é hoje o inimigo número 1 do Brasil. A militância do Itamaraty, obviamente, não tem a menor consequência na realidade do conflito ente o Estado judeu e os seus inimigos. Mas Amorim, Lula e o PT querem imaginar que o Brasil é uma “potência” capaz de dar apoio à “Palestina”. Têm de se contentar, então, em entrar a fila das tiranias e sair da reunião da ONU.
Israel nunca praticou nenhum ato de hostilidade ao Brasil durante os seus 76 anos de história; ao contrário, sempre foi um país amigo, parceiro e solidário. Mas a política externa do governo Lula não está interessada em defender os interesses brasileiros na comunidade internacional. O que quer, mesmo, é servir a interesses privados de uma facção ideológica. Também não leva em consideração que Israel é a única democracia na região do conflito e que todos os seus inimigos são ditaduras extremadas – alia-se a elas de modo cada vez mais raivoso. Faz questão de não entender, também, que Israel luta fisicamente a cada dia pela sobrevivência dos seus 9 milhões de habitantes – e não vai aceitar um suicídio coletivo para agradar a Lula e a Amorim.
Desde o início do atual conflito, o Itamaraty e o governo vivem uma miragem – a de que Israel, enfim, será derrotado no campo de batalha após ganhar todos os confrontos militares que já teve desde 1948 com os vizinhos e uma dezena, ou mais, de organizações terroristas diversas. Também têm certeza de que os israelenses estão “isolados” diplomaticamente e correm perigo mortal com os protestos pró-Palestina na Universidade de Columbia. Não vai dar certo.
Israel só teve vitórias na guerra iniciada pelos terroristas de Gaza e do Líbano e, sobretudo nas últimas semanas, tem conseguido sucesso sem precedentes na eliminação das suas lideranças e das suas estruturas. Seu grande inimigo, o Irã, que terceiriza a guerra pondo os “palestinos” para combater Israel, está impotente, desmoralizado e com sua incompetência militar exposta ao mundo inteiro. A política externa do governo, ou melhor, de Lula, na contramão das realidades, continua sua guerra pessoal. Está do lado moralmente errado. Está, também, do lado que vai perder.