O jornal New York Post denunciou na manhã de hoje, 24, que Agentes da Patrulha de Fronteira estão alertando que crianças a partir de 8 anos estão sendo dopadas e traficadas para os EUA por contrabandistas que se passam por seus pais ou familiares — e ninguém sabe ao certo quão comum é essa prática horrível.
As autoridades resgataram crianças envolvidas em dois casos diferentes de contrabando nas últimas semanas — incluindo um caso em que os supostos traficantes possuíam certidões de nascimento de várias crianças com as quais não tinham parentesco, de acordo com a Patrulha americana de Fronteira.
Fontes da Patrulha de Fronteira disseram ao jornal Post que observaram um número crescente de contrabandistas se passando por unidades familiares para “reciclar” crianças.
“Alguns anos atrás, quando eles estavam entrando em massa, tivemos que deixar unidades familiares entrarem. As pessoas continuavam chegando e, depois de um tempo, notamos que as crianças eram as mesmas, mas os pais eram diferentes. Eles estavam reciclando as crianças”, disse uma fonte da Patrulha de Fronteira ao jornal americano.
“Eu odeio pensar nisso porque eram milhares de crianças e quem sabe onde todas elas foram parar”, explicou a fonte.
As autoridades afirmam que não está claro o que está acontecendo com as crianças depois que são traficadas para os EUA — mas muitas são vulneráveis à exploração para trabalho infantil e tráfico sexual de crianças.
Os casos horrorizam os líderes da Patrulha de Fronteira
“Às vezes, nos deparamos com ações criminosas tão horrendas que desafiam a dignidade humana”, disse Gregory Bovino, chefe da Patrulha de Fronteira do setor El Centro, no sudeste da Califórnia, em resposta ao caso.
Em um dos casos, agentes da fronteira resgataram uma criança na fronteira da Califórnia que havia sido “fortemente dopada com sedativos para evitar que falasse” com as autoridades, disse Bovino na sexta-feira.
Poucas semanas antes, em 29 de agosto, oficiais no porto de entrada de San Luis, Arizona, capturaram Marlen Contreras-Lopez — uma cidadã dos EUA de 28 anos e residente do Arizona — com duas crianças pequenas em seu carro, que haviam sido dopadas com sedativos, de acordo com promotores federais.
No início, Contreras-Lopez afirmou que era parente das crianças, que ela tentou acordar durante o interrogatório dos oficiais, segundo documentos judiciais.
Depois, quando ela saiu do carro para uma inspeção mais detalhada, os oficiais notaram que uma das crianças teve que ser carregada, enquanto a outra “tinha dificuldade para andar”, conforme os documentos judiciais.
“A mulher teve dificuldade para acordar as crianças. Os oficiais observaram que as crianças continuaram extremamente sonolentas. Durante a entrevista com as crianças, os oficiais logo descobriram que não havia relação familiar entre a mulher e os dois menores, de 11 e 8 anos”, disse Diane J. Sabatino, comissária assistente-executiva da Divisão de Operações de Campo, em uma postagem no X.
Contreras-Lopez também entregou aos oficiais certidões de nascimento legítimas — mas que não pertenciam aos menores, disse Sabatino.
As crianças informaram aos oficiais que receberam sedativos, que foram encontrados no carro, “para evitar a detenção”.
Uma das crianças disse aos oficiais que ela e o outro menor, que ela disse ser seu irmão, eram do estado de Michoacán, no sul do México. Da cidade natal, os dois pegaram um ônibus até a cidade fronteiriça mexicana de San Luis Río Colorado, onde Contreras-Lopez os pegou.
A criança disse que sua mãe ainda estava no México e que os dois estavam sendo enviados para o namorado da mãe.
Contreras-Lopez foi acusada de tráfico de pessoas, de acordo com os documentos oficiais. As duas crianças foram entregues às autoridades mexicanas.
Sob a administração Biden-Harris, o número de crianças cruzando ilegalmente para os EUA sozinhas e sem parentes disparou.
Milhares dessas crianças também não foram localizadas após serem liberadas para uma espécie de fiadores, que, segundo denunciantes, não foram adequadamente investigados, nos EUA.
Em maio de 2024, havia 291.000 crianças migrantes desacompanhadas que foram liberadas para os fiadores, mas nunca foram obrigadas a comparecer no tribunal — o que significa que as autoridades federais perderam o contato com elas.
Há, ainda, 32.000 crianças que foram liberadas nos EUA e não compareceram no tribunal posteriormente, de acordo com o relatório de 14 páginas — que rastreou um período de outubro de 2018 a setembro de 2023.