No rastro das acusações de assédio sexual envolvendo o agora ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, reveladas pelo Metrópoles na coluna de Guilherme Amado, mais denúncias de comportamento inadequado na pasta estão aparecendo. Ex-funcionários do ministério relatam ter sido vítimas de assédio moral, com abusos cometidos na assessoria de comunicação do ministério, então comandada por Ruy Conde.
O Metrópoles teve acesso a uma denúncia formalizada na Corregedoria do MDH. Entre as queixas, estão pressões constantes, imposição de tarefas inviáveis e desrespeito a leis trabalhistas. Sob condição de anonimato, ex-colaboradores relataram que o ambiente de trabalho era marcado por cobranças excessivas e perseguições direcionadas a equipes que atuaram em gestões anteriores. Segundo relatos, várias demissões aconteceram sem justificativa, o que alimentava o medo entre os funcionários.
Um dos ex-funcionários afirmou à reportagem que “muitas vezes era justificado que a gente tinha que ficar lá além do nosso horário porque era ordem do ministro. Custe o que custar”. Segundo o relato, havia ameaças de demissão que a chefia justificava como pedido de Silvio Almeida. Além disso, surgiram relatos de pressão para que os funcionários cuidassem das redes sociais pessoais do ministro e aqueles que se opuseram verbalmente à demanda foram dispensados sem explicações.
O Metrópoles também teve acesso a prints de conversas no WhatsApp que revelam a circulação de um documento em grupos de servidores exigindo apoio a Silvio Almeida após a publicação das denúncias de suposto assédio moral pelo UOL. Na mensagem, enviada na manhã de quinta-feira (5/9), foi dito que “não é admissível que o único ministro negro enfrente acusações falsas e ataques baixos”, pedindo assinaturas de apoio à sua gestão. A hashtag #EuTrabalhoPelosDireitosHumanosNestePaís foi usada como forma de mobilização.