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Egito e Etiópia, ambos membros do BRICS, estão à beira da guerra por causa da mega barragem no Nilo

A barragem etíope no Nilo, com um reservatório de 1.900 km², ameaça o fluxo de água para o Egito. Em resposta, o país mobiliza 10.000 soldados, elevando as tensões com a Etiópia, ambos do BRICS

Publicada em 10/09/2024 às 14:23h - 6 visualizações

por Revista Sociedade Militar


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A história nos ensina que muitos dos grandes conflitos globais foram motivados pela disputa por recursos naturais. Desde as invasões japonesas na China em busca de matérias-primas, até a ocupação de regiões ricas em petróleo no Oriente Médio, a sede por recursos tem alimentado guerras devastadoras ao longo dos séculos. Agora, no século XXI, o foco está se voltando para outro recurso essencial e cada vez mais escasso: a água. 

O Rio Nilo e sua importância vital

O Rio Nilo, um dos maiores e mais icônicos rios do mundo, atravessa 10 países africanos, todos altamente dependentes de suas águas. Para o Egito, em particular, o Nilo é uma questão de sobrevivência: cerca de 90% da água utilizada no país vem diretamente desse rio. Com uma população de mais de 100 milhões de habitantes e um clima árido, o acesso à água doce é uma questão crucial para os egípcios, que utilizam o rio tanto para irrigação quanto para consumo humano e animal.

No entanto, essa fonte vital de água tem sido motivo de disputa nos últimos anos, principalmente devido à construção de uma barragem monumental pela Etiópia. A Grande Barragem do Renascimento, localizada próximo à fronteira com o Sudão, é uma das maiores do mundo e está gerando preocupações profundas no Egito e em outros países que dependem do Nilo.

A grande barragem do Renascimento: um projeto ambicioso e polêmico

A barragem, que começou a ser construída pela Etiópia há mais de uma década e foi inaugurada oficialmente em 2020, criou um lago artificial com uma superfície impressionante de 1.900 km² — maior até que o reservatório de Itaipu no Brasil. Para a Etiópia, este projeto representa um marco de desenvolvimento econômico, permitindo ao país gerar energia hidrelétrica em larga escala e potencialmente exportar eletricidade para outras nações africanas.

Contudo, para o Egito, a barragem representa uma ameaça direta. Os egípcios temem que a retenção de grandes volumes de água no reservatório etíope diminua o fluxo do Nilo, prejudicando gravemente a agricultura e o fornecimento de água no país. Apesar dos fortes protestos e das tentativas de negociação, a Etiópia seguiu com o projeto, aprofundando o impasse diplomático.

Implicações militares e o escalar das tensões

As consequências dessa disputa já estão se refletindo no campo militar. Recentemente, o Egito anunciou o envio de 10.000 soldados para a Somália, um país historicamente rival da Etiópia. Embora o movimento tenha sido oficialmente justificado como parte de um acordo de segurança, muitos observadores acreditam que a manobra é uma retaliação direta à construção da barragem. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, condenou veementemente o envio das tropas egípcias, alertando que qualquer presença militar estrangeira na Somália seria vista como um ato de agressão.

A situação é agravada por um acordo recente entre a Etiópia e a Somalilândia — uma região separatista da Somália — que oferece à Etiópia uma saída para o mar. Este acordo é visto pela Somália como uma provocação e um desrespeito à sua soberania, elevando ainda mais a tensão na região.

O papel do BRICS na disputa

Outro fator que adiciona complexidade à situação é o fato de tanto o Egito quanto a Etiópia terem sido recentemente admitidos no BRICS, um grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Embora o BRICS tenha como objetivo promover uma ordem mundial mais equilibrada e multipolar, as rivalidades entre seus membros, como as tensões históricas entre China e Índia ou Arábia Saudita e Irã, complicam a unidade do grupo.

A entrada do Egito e da Etiópia no BRICS coloca uma questão delicada para o Brasil, que busca desempenhar um papel de liderança dentro do bloco. Se as tensões entre os dois países continuarem a escalar, o BRICS pode enfrentar desafios em manter a coesão entre seus membros, com possíveis implicações para a diplomacia internacional.

A disputa pelo controle das águas do Nilo é um exemplo claro de como o acesso a recursos naturais essenciais pode gerar conflitos em escala global. À medida que a população mundial cresce e os recursos se tornam mais escassos, a água promete ser um dos principais pontos de tensão no futuro. No caso do Egito e da Etiópia, o mundo observa com preocupação o desenrolar de uma disputa que pode escalar para um conflito de maiores proporções. 

O papel do BRICS e de outras potências internacionais será crucial para mediar a situação e evitar uma guerra no coração do continente africano, cujas consequências poderiam se espalhar globalmente. Enquanto isso, a diplomacia continua sendo a melhor esperança para evitar um confronto direto entre essas nações. 










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