Em uma manifestação publicada na quinta-feira 22, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, defendeu proibir o contato entre o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e Jair Bolsonaro.

Gonet respondeu a um pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que consultou o PGR depois de Bolsonaro e Costa Neto participarem de uma convenção do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, no começo deste mês. O PL apoia a reeleição de Nunes.

Conforme Gonet, a ida de ambos ao evento não desrespeita determinação de Moraes proferida no âmbito da Tempus Veritatis — a operação ocorreu em virtude de Bolsonaro estar supostamente envolvido no que seria uma “tentativa de golpe de Estado”. Em 8 de fevereiro, o juiz do STF proibiu a comunicação entre o presidente do PL e Bolsonaro.

“O caso não parece indicar infringência às medidas cautelares em vigor, de modo que não há providências a adotar”, informa trecho da manifestação assinada por Gonet.

Costa Neto e Bolsonaro estão sem poder se falar desde fevereiro.

O presidente do PL precisou mudar seu gabinete para outro andar, na sede do PL em Brasília, e recorre ao senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido, quando quer fazer uma informação chegar ao ex-presidente.

Em eventos ou manifestações, os discursos de ambos são marcados em horários diferentes, com um intervalo para que não se encontrem na chegada ou na saída.