O número de presos por incêndios criminosos no Estado de São Paulo subiu para três. A informação foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na manhã desta segunda-feira, 26.
Dois homens foram detidos em São José do Rio Preto e Batatais no domingo 24, e o terceiro foi preso em Porto Ferreira no mesmo fim de semana.
“Nós temos três situações. Primeiro, uma combinação de estiagem severa, baixa umidade relativa do ar, ventos fortes, e aí qualquer coisa provoca uma ignição e o espalhamento desses incêndios”, afirmou o governador. “Nós tivemos a ação de criminosos.”
A Polícia Militar de Batatais prendeu um mecânico de 42 anos após uma denúncia anônima. Foram apreendidos 1 litro de gasolina, um isqueiro e um celular com vídeos do suspeito comemorando os incêndios.
Ele será encaminhado ao presídio de Franca. A Secretaria de Segurança Pública não forneceu detalhes adicionais sobre as prisões. Focos de incêndio em Piracicaba, Araçatuba e Alta Paulista já foram controlados, e o combate agora se concentra em Ribeirão Preto. Vinte e um municípios do interior de São Paulo ainda enfrentam incêndios ativos.
Governo de Tarcísio de Freitas criou um gabinete de crise para monitorar as queimadas | Foto: Celio Messias/Governo do Estado de SP
No total, 46 municípios estão sob monitoramento do gabinete de crise liderado pelo governo estadual e em alerta máximo para queimadas. O número de incêndios caiu de 1.886 na sexta-feira 23, para 305 no sábado 24, e uma frente fria trouxe alívio no domingo 25, com relatos de chuva em várias cidades.
No domingo 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reuniram-se com funcionários do Ibama em Brasília para discutir medidas contra os incêndios em São Paulo e outros Estados.
Marina Silva afirmou que a Polícia Federal já abriu 31 inquéritos na Amazônia e no Pantanal, além de dois em São Paulo. “É uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”, disse. Ela comparou a situação atual ao “Dia do Fogo” de 2019, quando produtores rurais supostamente incendiaram áreas da Amazônia.
Lula criou uma sala de situação para monitorar a estiagem e os incêndios. O presidente participará de uma reunião na Casa Civil com mais de 20 ministérios e governadores para tratar dos focos.
Órgãos públicos estão dividindo esforços para combater os incêndios e identificar os responsáveis. “Cada um tem uma função específica nesse processo para apagar o fogo”, concluiu Marina.