Somente no primeiro trimestre de 2024, 106 proprietários rurais brasileiros que atuam como pessoa física entraram com pedido de recuperação judicial. O número representa alta de 83,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As informaçõs são da Serasa Experian.
O levantamento revela que a maioria dos pedidos de recuperação judicial veio da Região Centro-Oeste. O Estado de Mato Grosso lidera o ranking, com 53 solicitações à Justiça. Na sequência, aparece Goiás, com 16.
Pequenos proprietários rurais foram os que menos recorreram ao recurso, totalizando 21 pedidos. Em contraste, arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares ligados ao setor fizeram 39 requisições.
Apesar do aumento expressivo, o chefe do setor de agronegócio da Serasa, Marcelo Pimenta, diz que o setor não enfrenta uma crise.
“O número de pedidos é baixo, e a maior parte dos proprietários rurais continua atuando normalmente”, afirmou Pimenta. “Ainda assim, para os que precisam recuperar a estabilidade financeira, a renegociação de dívidas ou soluções como o Fiagro Reorg são formas mais amigáveis de retomar a saúde dos negócios.”
Mais de cem proprietários rurais entraram com pedido de recuperação judicial no primeiro trimestre | Foto: Reprodução/PXHere
“Além disso, movimentos preventivos como o planejamento financeiro para demandantes e o monitoramento de perfil de crédito para credores podem premeditar e evitar a busca pelo recurso”, acrescenta Pimenta.
Os dados do Agro Score, uma solução da Serasa Experian que fornece análises específicas para o setor agrícola, destacam a importância do uso de ferramentas de análise de risco.
“Dados do Agro Score, por exemplo, são uma forma preditiva de identificar perfis propensos à recuperação judicial”, diz a empresa em comunicado. “Ao aplicar esse tipo de tecnologia, os credores são capazes de tomar decisões mais seguras, evitando, indiretamente, o número de requisições do recurso.”
A Serasa Experian enfatiza que o monitoramento dos dados do Agro Score consegue registrar perfis de proprietários rurais que já apresentam sinais de instabilidade financeira, o que diminui os riscos na concessão de crédito.