O Rio Grande do Sul continua encoberto há mais de 5 dias por uma espessa camada de fumaça proveniente das queimadas na Amazônia. Porto Alegre, a capital do estado, viu seu céu ficar acinzentado e o sol aparecer em tons de vermelho, um fenômeno raro que alarmou a população e as autoridades. Esta situação é consequência direta das queimadas que têm devastado a floresta amazônica, intensificados pela seca.
A fumaça, originária principalmente da região amazônica, viajou milhares de quilômetros até alcançar o sul do Brasil, sendo transportada por correntes de ar e favorecida por uma configuração atmosférica que criou um “corredor de fumaça”. Esse corredor foi detectado por satélites dos Estados Unidos, que monitoraram a trajetória do material particulado até o Rio Grande do Sul.
A chegada da fumaça em Porto Alegre reduziu a visibilidade e elevou a preocupação com a qualidade do ar, já que as partículas inaláveis, como o material particulado fino (PM2.5), são conhecidas por causar problemas respiratórios graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes.
Além do impacto na saúde pública, a fumaça afetou a rotina da cidade. Imagens compartilhadas pelo MetSul metereologia mostram um céu encoberto por uma névoa densa, com o sol se apresentando em tons alaranjados e vermelhos, resultado da dispersão da luz solar pelas partículas de fumaça. Esse fenômeno também foi relatado em outras partes do estado, criando um cenário apocalíptico em várias regiões.
Ainda em 12 de agosto de 2024, de acordo com uma publicação do Epoch Times, Manaus enfrentou o mesmo problema, quando a qualidade do ar foi drasticamente afetada, com níveis de PM2.5 atingindo valores preocupantes, especialmente na zona sul.
A fumaça se originou de queimadas em municípios próximos, onde foram registrados 706 focos de incêndio entre 9 e 11 de agosto. Bairros de Manaus apresentaram qualidade do ar “muito ruim” a “péssima”, segundo o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental causando.
De acordo com dados do MapBiomas, a Amazônia está enfrentando uma das piores temporadas de queimadas dos últimos anos. O boletim de julho de 2024 revela que mais de 5,7 milhões de hectares —cerca de 85% de aumento comparado ao mesmo período de 2023— foram queimados até agora, com 419 mil hectares sendo na Floresta Amazônica.
Somente em julho, 1,26 milhão de hectares foram destruídos pelo fogo.