O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou mudanças na diretoria da Fundação Perseu Abramo (FPA), think-tank da sigla. O ex-presidente da CUT Artur Henrique da Silva Santos foi substituído por Mônica Valente como tesoureira da entidade.
Mônica Valente é casada com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que foi preso nos escândalos do Mensalão e da Lava Jato, mas que atualmente está reabilitado juridicamente. Além disso, Mônica faz parte do Foro de São Paulo, uma organização de partidos e movimentos de esquerda da América Latina.
A substituição faz parte de uma reestruturação interna na FPA, que visa a renovar a liderança da entidade. O anúncio foi feito pelo Diretório Nacional do PT, que destacou a importância de Mônica Valente para o cargo. As informações são do jornal Estadão.
Delúbio Soares, seu marido, teve um papel significativo no PT e enfrentou grandes desafios legais, mas agora está em situação legal estável. A nomeação de Mônica Valente é vista como um movimento estratégico dentro do partido, especialmente ao considerar sua experiência e conexões políticas.
O PT deve ser o maior beneficiado se o Senado aprovar a PEC 9/2023, conhecida como PEC da Anistia. Até março, os diretórios da sigla acumulavam pelo menos R$ 22,2 milhões em dívidas na lista de devedores da União, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
A maior parte dessa dívida do PT, de R$ 18,2 milhões, é com a Previdência. Segundo a PEC, esse tipo de débito não será perdoado, mas poderá ser parcelado em 60 vezes por meio de um “Refis” exclusivo para partidos.
A sigla também tem dívida de FGTS de trabalhadores, cujos valores são descontados dos salários dos empregados. O partido não respondeu aos questionamentos.
No total, os partidos políticos brasileiros, incluindo o PT, têm pelo menos R$ 54,1 milhões em débitos na Dívida Ativa da União. A PEC foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados na quinta-feira passada, 11, com 338 votos a favor, 83 contrários e 4 abstenções no segundo turno.
O texto atual, de autoria do relator na Câmara dos Deputados, Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), determina a anulação de todas as dívidas dos partidos, exceto as previdenciárias.
As demais dívidas serão perdoadas, incluindo multas da Justiça Eleitoral e não pagamento de taxas e impostos. A Constituição já garante imunidade tributária às legendas, que será ampliada com a PEC. A proposta será votada no Senado em agosto.