O governo mandou avisar ao Ministério da Defesa que o corte de gastos de R$ 15 bilhões anunciado pela equipe econômica na terça-feira, 22 de julho, vai afetar todas as pastas, inclusive as Forças Armadas. Segundo a CNN, o ministro José Múcio Monteiro teria ficado frustrado.
Do montante, R$ 11,2 serão bloqueados e R$ 3,8 bilhões serão contingenciados.
O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. Já o contingenciamento acontece quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado das contas do governo, sem contar com os juros da dívida pública.
A distribuição dos cortes pelos Ministérios só será divulgada no fim do mês, por meio de um decreto presidencial.
Na quarta-feira da semana passada, 17 de julho, Múcio deu uma entrevista à Folha de São Paulo e disse que estava otimista de que a Defesa escaparia dos cortes.
“Aqui a gente não aguenta mais corte”.
A declaração ocorreu depois de reunião do ministro com o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, no Palácio do Planalto. No encontro, Múcio contou que está represando obrigações financeiras e pagamentos e que a situação precisaria ser resolvida.
O ministro também voltou a reiterar que o orçamento da Defesa sofreu queda de 47% nos últimos 10 anos e que a pasta foi uma das mais atingidas por cortes feitos em 2024.
Também nas últimas semanas, Múcio se reuniu com integrantes das alas política e econômica do governo e pediu, pessoalmente, que a Defesa ficasse de fora dos cortes.
Segundo integrantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, as missões das 3 Forças podem ser impactadas pelo contingenciamento, sobretudo por conta da possível falta de combustível.
Liderada por Simone Tebet, ministra do Planejamento, a equipe econômica confirmou que todas as pastas vão sofrer algum tipo de ajuste.