Você já se perguntou se o Brasil está preparado para enfrentar uma ameaça real em suas fronteiras? Recentemente, um documento sigiloso vazado revelou informações intrigantes sobre a capacidade de defesa do país contra possíveis investidas da Venezuela. Este relatório, enviado pelo Ministério da Defesa à Câmara dos Deputados, expõe detalhes críticos sobre as estratégias e prontidão das Forças Armadas brasileiras.
Confira a seguir a análise aprofundada e descubra se estamos verdadeiramente protegidos ou se há motivos para preocupação. Prepare-se para uma leitura reveladora que vai além das manchetes e oferece uma visão privilegiada sobre a segurança nacional.
Foi tornado público um ofício sigiloso enviado pelo ministro da Defesa do Brasil, José Múcio do PRD, com assessoria do almirante Felix, chefe de gabinete do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas, ao primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Luciano Bivar, do PSL. Este documento é uma resposta a uma série de questionamentos feitos pelo deputado federal Luiz Felipe de Orleans e Bragança do PL, quanto às capacidades de defesa do Brasil, especificamente em relação ao Estado de Roraima, no episódio das tensões entre a Guiana e a Venezuela.
Pergunta 1 da Câmara dos Deputados: Os serviços de inteligência militares estão atentos e avaliando a evolução dos acontecimentos?
Resposta do Ministério da Defesa: No contexto da questão do Essequibo, a atividade de inteligência de Defesa se empenha na captura da realidade e identificação de ameaças a fim de produzir conhecimentos que possam orientar o emprego do Poder Militar, conforme se observa nas recentes mobilizações de tropas e meios do Exército Brasileiro para o Estado de Roraima. Aqui, a Defesa está se referindo especificamente aos serviços de inteligência das Forças Armadas, e não à ABIN.
Como a pasta avalia as possibilidades de progressão das forças venezuelanas? Resposta: Não foram observadas movimentações anormais de tropas de ambos os países nas proximidades de nossas fronteiras. Aqui há uma clara desconexão com a realidade, pois há vários vídeos que mostram grandes exercícios militares da Venezuela na região.
Como a Defesa avalia a possibilidade das Forças Mecanizadas e Blindadas da Venezuela contornarem os terrenos alagadiços através do norte de Roraima para atingirem rapidamente seus objetivos?
Resposta: As Forças Armadas estão posicionadas estrategicamente e em estado de permanente prontidão. A ideia de reforçar as guarnições de Roraima já estava prevista, uma vez que a região apresenta diversos problemas como garimpo ilegal e crimes transnacionais. Aqui tivemos uma resposta diplomática.
Como a inteligência Militar avalia a capacidade real de combate da Venezuela e como a Defesa Nacional pretende garantir a inviolabilidade do território nacional??
Agora, uma excelente pergunta da Câmara: Como a inteligência Militar avalia a capacidade real de combate da Venezuela? Quantos caças prontos para uso? Qual a disponibilidade dos S-300? Qual o nível de treinamento de pessoal? Considerando as capacidades estimadas da Venezuela, como a Defesa Nacional pretende garantir a inviolabilidade do território nacional?
Resposta: As Forças Armadas e a Guarda Nacional Bolivariana têm capacidades suficientes para cumprir tarefas de segurança interna e proteção do regime, a despeito dos desafios econômicos, baixa disponibilidade de equipamentos e níveis de treinamento com restrição. Há pouca capacidade logística para apoiar missões fora do país. O equipamento é relativamente moderno e grande parte oriundo da China e da Rússia. Recentemente foram renovados, mas com pouca robustez, acordos na área de manutenção e modernização de meios.
A Defesa conclui sua resposta dizendo que a Venezuela possui quinze caças F-16 e vinte e um caças Sukhoi Su-30 operacionais, e dois sistemas de artilharia antiaérea de grande altitude, S-300. Talvez tentando ocultar dados mais claros obtidos com operações de inteligência, citou apenas dados de fontes abertas na internet.
Na quinta pergunta, a Câmara dos Deputados fez uma pergunta longa, mas necessária, e que acredito que todo brasileiro que se preocupa com a defesa nacional desejou fazer ao ministro da Defesa durante esta crise:
“Um Batalhão de Infantaria de Selva e um grupo de artilharia de campanha em Roraima não parecem ser suficientes para deter o avanço blindado venezuelano. Qual o plano de contingência para reforço daquela região? Existem aeronaves e navios suficientes para deslocar tropas e equipamentos para a região? Existem planos para deslocamento de tropas por terra? Especificamente quanto às forças de emprego rápido do Exército, qual é o efetivo e tempo mínimo para desdobrar na área em questão? Qual é a melhor maneira de se contrapor aos T-72? Existe previsão de armamento anti-carro e minas anti-carro? Qual a ideia de dissuasão ao se anunciar 20 blindados leves Guaicurus para Roraima?”
A resposta do Ministério da Defesa foi decepcionante: “As Forças Armadas estão posicionadas estrategicamente e em estado de prontidão, a fim de cumprir suas respectivas missões constitucionais de garantir a soberania do território nacional…”
A Câmara também fez excelentes perguntas a respeito de caças Gripens contra os sistemas de defesa antiaérea venezuelanos e do emprego de submarinos contra as forças navais venezuelanas, mas a resposta foi a mesma: diplomática, genérica e que não respondeu nada.
De certa forma, compreendo que o Ministério da Defesa já previa que, ao enviar a resposta à Câmara, haveria uma grande possibilidade deste documento ser vazado em algum momento, como foi, e que por isso não se poderia dar detalhes, números a respeito das nossas capacidades. Contudo, o nível de resposta tão raso também deixou margem para se dar razão à preocupação da Câmara dos Deputados, de que realmente não teríamos, naquele momento, capacidade de defesa suficiente.
Confira na íntegra o documento AQUI.